O Verdadeiro Dono da Igreja
Nos dias atuais, é alarmante observar como muitos tratam a igreja como se fosse uma propriedade pessoal, um lugar onde suas vontades, opiniões e práticas se sobrepõem à verdadeira essência do que significa ser parte do Corpo de Cristo. Se realmente crêssemos nos evangelhos, compreenderíamos que Deus é o verdadeiro dono de tudo — a igreja, a doutrina, e cada um de nós. Nós somos meros mordomos e dirigentes, chamados a cuidar do que não nos pertence, mas que nos foi confiado por um Senhor amoroso.
A doutrina da igreja não é uma invenção humana, mas a revelação divina. A vontade que deve prevalecer não é a nossa, mas a de Deus. Infelizmente, o sentido original da igreja tem se degradado, corrompido por pessoas que, em busca de justificar suas práticas pecaminosas, distorcem as Escrituras. Muitas vezes, fazem da Bíblia um escudo para suas desobediências, ignorando a grandeza e a santidade do Senhor. A igreja, que deveria ser um farol de esperança e amor, tem se tornado um campo de batalha para interesses pessoais e egoístas.
É fundamental lembrar que Jesus está voltando. Ele não voltou para expulsar, mas para acolher. O bom Pastor deu a vida por Suas ovelhas e na parábola das cem ovelhas, Ele nos ensina que, ao perceber a ausência de uma ovelha, vai atrás dela com amor e compaixão. Quando a encontra, há alegria e festa no céu. Essa é a essência do evangelho: a busca incessante por aqueles que se perderam, a celebração da reconciliação e do amor divino.
Contudo, em contraste com essa verdade, vemos algumas práticas dentro das igrejas que nos deixam perplexos. Há irmãos que se alegram e celebram quando alguém decide sair da igreja, retornar ao mundo e até negar a fé. Essa atitude revela uma profunda falta de compreensão do coração de Deus. Quem, diante da vontade de Deus, se comporta com tal indiferença? Quem é o maior tolo? Aquele que se afasta da verdade ou aquele que se alegra com a perda de um irmão?
É hora de refletirmos sobre nossas ações e motivações. Precisamos entender que a igreja não é um clube para os justos, mas um hospital para os enfermos. Somos chamados a ser instrumentos de amor e reconciliação, não de condenação. Que possamos nos lembrar sempre de que a verdadeira propriedade da igreja pertence a Deus, e que nossas vidas e ações devem glorificá-Lo em tudo. Que possamos ser mordomos fiéis, buscando a Sua vontade e celebrando cada alma que se volta para o Senhor, em vez de nos alegrarmos com aqueles que se afastam da luz. Que o amor de Cristo nos guie, e que possamos ser, de fato, a extensão do Seu coração nesta terra.
Alan Carlos Dias
Enviado por Alan Carlos Dias em 02/01/2025