Tem em Itaubal
Tem canto e tem voo, tem vida no ar,
Bem-te-vi, garça, jaburu a passar.
Soco discreto, maguari a bailar,
Cauauá e japim a cantar.
No chão se arrastam jabuti, tamuatá,
Enquanto urubu e sabiá vão solar.
Beija-flor, papa-arroz, a sugar,
Dão cor e doçura no despertar.
Nas águas, acará e traíra a nadar,
Jacundá e tucunaré a brilhar,
Apaiari e pirarucu sem cessar,
Na dança dos rios que vêm e que vão.
Inajá, buriti, caranã,
Tucumã, açaí, bacaba no chão.
Camapu, goiaba, abacate,
Melancia, limão, manga no prato.
Jambu que estremece a língua e o peito,
Jaca e caju, sabor sem defeito.
Graviola, acerola, laranja da terra,
Tomate, couve, cebolinha sincera.
Tem pimentinha que arde ligeiro,
Tem mandioca, macaxeira no cheiro,
Mangaba madura, doce tempero,
E gente que vive e trabalha certeiro.
Mulher bonita, homem feio,
Mas todos no peito carregam respeito.
Gente atrevida, vivida, querida,
Criança, jovens, esperança e vida.
Tem rio, lagos, lagoa, igarapé,
Tem gente de carro, de bike, a pé.
Humilde, esperta, no passo certeiro,
Na poeira, no asfalto, no chão de terreiro.
Tem procissão, tem festejo e ação,
Canoa, rabeta cortando o sertão.
Barcaça, catraia, poeira, pedreira,
Cachoeira que conta histórias inteiras.
Itaubal é terra, é rio, é céu,
É povo que luta, que brilha com fé.
No peito, memórias, raízes, estrada,
Histórias que seguem, vida encantada.
Alan Carlos Dias
Enviado por Alan Carlos Dias em 01/02/2025