Os Caminhos do Rio Piririm
Braços que margeiam as matas,
Serpenteiam verdes trilhas,
Pulsam terra e campinas,
Sangue vivo das maravilhas.
Veias que cortam a selva,
Artérias que envolvem ninhos,
Sustentam a dança da vida
Nos corações dos ribeirinhos.
Cobre os campos rachados,
Traz a sede saciada,
Onde o búfalo andava,
Lagos e riachos nascem na estrada.
Braços que abraçam os rios,
O Piririnzinho e o Corre Água,
O Carobal e o Gurijuba,
Filhos da terra, mãe d’água.
Forçando as matas, avança,
Segue firme pelo Varadouro,
Alimenta e seduz a vida,
Reflexo líquido do criadouro.
Marrecos cantam sua passagem,
Em coro vibram sua sina,
E os botos, rosas e livres,
Colorem as suas margens finas.
O Rio Piririm não cessa,
Corre eterno sem ter fim,
Um ventre que gera e abraça,
O coração do próprio chão sem fim.
Alan Carlos Dias
Enviado por Alan Carlos Dias em 01/02/2025