Caminhos das Águas
Olho para o alto, com olhar de admiração,
E percebo a grandeza de Deus na criação.
Nuvens dançando, ao ritmo do vento,
Um romance eterno, em suave movimento.
Vejo nas nuvens figuras de animais,
Meu pensamento viaja, contemplando os cais!
Árvores exibindo tons de verde profundo,
Buritizeiros e palmeiras, dançando no mundo.
Peixes saltando, aves em seu canto,
A vida vibrando, em um eterno encanto.
Sinfonia de pássaros ao crepúsculo voando,
Jaburu e Cauauá, majestosos, se mostrando.
Maresias tranquilas, águas do Piririm,
Beleza oculta, canto do colibri.
Águas serenas, mistério profundo,
Grande e diverso, o Piririm é um mundo.
Braço do Gurijuba, tesouro de sabores,
Ecoando nas matas, cantos e louvores.
O rio força passagem, entre densas ramagens,
Corta a floresta, em campos de alagagens.
Margeando fazendas, sítios e casas isoladas,
O Piririm corre, esperança renovada.
O varadouro surge, a luz se aproxima,
Sangrando a tapagem velha, essa é sua sina.
O Gurijuba desponta, águas turvas, inquietas,
Dois Piririns cabem em suas metas.
Filho do Amazonas, recanto do boto,
Diversidade de vida, lar de negro e caboclo.
A viagem continua, já se ouve um grito,
À frente, guarás, eita bicho bonito!
Enfim um suspiro, alívio, um chilique,
À frente o Arquipélago do Bailique.
Siriuba, Itamatatuba, Limão do Curuá,
Maresias mais fortes, difícil de chegar.
Mas a catraia guerreira, em saltos audazes,
Suspira ofegante, vence os entraves.
Surge o mar que corre para o Atlântico,
Céu e mar se encontram, um doce encanto.
Ilhas e mais ilhas, do Pará e Amapá,
Irmãos inseparáveis, não há como negar.
Caminham juntos, em suas belezas,
Do interior vem toda a sua nobreza.
Um gigante e um pequeno, laços bem fortes,
São vozes unidas, do povo do Norte!
Alan Carlos Dias
Enviado por Alan Carlos Dias em 01/04/2025